quinta-feira, 16 de abril de 2015

Gênero: Artigo de Opinião.

Gênero:  Artigo de Opinião
Objetivo: Despertar os alunos para a importância de fundamentar as opiniões que emitem e  percebam   que a argumentação torna seus pontos de vista mais convincentes e passam a observar  a fragilidade das opiniões não fundamentadas. Desta maneira, tornam-se mais observadores e críticos.
Roteiro:
- Leitura;
- Debate ;
- Estudo do gênero;
- Produção.
Texto:
Todos os países que reduziram a maioridade penal não diminuíram a violência
Frei Beto

Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima.

De que adianta? Nossa legislação já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menor infrator deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração.
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima.
O índice de reincidência em nossas prisões é de 70%. Não existe, no Brasil, política penitenciária, nem intenção do Estado de recuperar os detentos. Uma reforma prisional seria tão necessária e urgente quanto a reforma política. As delegacias funcionam como escola de ensino fundamental para o crime; os cadeiões, como ensino médio; as penitenciárias, como universidades.
O ingresso precoce de adolescentes em nosso sistema carcerário só faria aumentar o número de bandidos, pois tornaria muitos deles distantes de qualquer medida socioeducativa. Ficariam trancafiados como mortos-vivos, sujeitos à violência, inclusive sexual, das facções que reinam em nossas prisões.
Já no sistema socioeducativo, o índice de reincidência é de 20%, o que indica que 80% dos menores infratores são recuperados.
Nosso sistema prisional já não comporta mais presos. No Brasil, eles são, hoje, 500 mil, a quarta maior população carcerária do mundo. Perdemos apenas para os EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil).
Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, e não a causa. Ninguém nasce delinquente ou criminoso. Um jovem ingressa no crime devido à falta de escolaridade, de afeto familiar, e por pressão consumista que o convence de que só terá seu valor reconhecido socialmente se portar determinados produtos de grife.
Enfim, o menor infrator é resultado do descaso do Estado, que não garante a tantas crianças creches e educação de qualidade; áreas de esporte, arte e lazer; e a seus pais trabalho decente ou uma renda mínima para que possam subsistir com dignidade em caso de desemprego.
Segundo o PNAD*, o adolescente que opta pelo ensino médio, aliado ao curso técnico, ganha em média 12,5% a mais do que aquele que fez o ensino médio comum. No entanto, ainda são raros cursos técnicos no Brasil.
Hoje, os adolescentes entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% das bebidas vendidas em todo o território nacional. A quem caberia fiscalizar? Por que se permite que atletas e artistas de renome façam propaganda de cerveja na TV e na internet? A de cigarro está proibida, como se o tabaco fosse mais nocivo à saúde que o álcool. Alguém já viu um motorista matar um pedestre por dirigir sob o efeito do fumo?
Pesquisas indicam que o primeiro gole de bebidas alcoólicas ocorre entre os 11 e os 13 anos. E que, nos últimos anos, o número de mortes de jovens cresceu 15 vezes mais do que o observado em outras faixas etárias. De 15 a 19 anos, a mortalidade aumentou 21,4%.
Portanto, não basta reduzir a maioridade penal e instalar UPPs em áreas consideradas violentas. O traficante não espera que seu filho seja bandido, e sim doutor. Por que, junto com a polícia pacificadora, não ingressam, nas áreas dominadas por bandidos, escolas, oficinas de música, teatro, literatura e praças de esportes?
Punidos deveriam ser aqueles que utilizam menores na prática de crimes. E eles costumam ser hóspedes do Estado que, cego, permite que dentro das cadeias as facções criminosas monitorem, por celulares, todo tipo de violência contra os cidadãos.
Que tal criminalizar o poder público por conivência com o crime organizado? Bem dizia o filósofo Carlito Maia: “O problema do menor é o maior.”

* Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios

Após a leitura,  debate e estudo do gênero, foi proposto a produção de um parágrafo entre 8 e 12 linhas. Este deve apresentar   o ponto de vista defendido pelo autor  e o posicionamento  do aluno sobre a temática abordada por Frei Beto.

Produção:

No artigo, Frei Beto menciona que é contra a redução da maioridade penal, pois pesquisas mostram que  países que diminuíram  a maioridade penal, os índices de violência não foram reduzidos e por conta disso, muitos países estão recuando da decisão.
Eu sou a favor da redução da maioridade penal , pois a atual situação do Brasil em relação à violência é crítica e torna-se necessário  uma atitude por parte do poder Público para tentar conter atos violentos   cometido por menores . Com a redução, acredito que esses menores  teriam mais consciência e pensariam mais antes de cometer atos ilícitos, afinal quem quer perder sua liberdade?
Outra medida importante seria investimentos na qualidade da educação de crianças e jovens.
Acredito que essas duas mudanças podem tirar o Brasil do ranque  dos países  violentos.
Juan Barreiro Neivo da Siva – 9ºC


No artigo apresentado, “Todos os países que reduziram a maioridade penal não diminuíram  a violência”, Frei Beto posiciona-se contrário a redução da  maioridade penal de 18 para 16 anos. Do ponto de vista dele, a cadeia  é escola da violência para menores, porque  pesquisas mostram que os jovens e adolescentes saem piores do que entraram e voltam a cometer crimes.
Eu concordo com Frei Beto, porque já temos uma lei, o ECA – Estatuto da Criança e Adolescente,  que estabelece punições para menores infratores, que dependendo do grau da  infração,  terá sua pena que será desde prestação de serviços comunitários, até a reclusão em instituições que na teoria deveriam  ressocializar esses menores para devolvê-los a sociedade.
Caso a redução seja aprovada, infelizmente  a tendência é o aumento da violência, porque como afirma o articulista, o sistema penitenciário no Brasil atualmente funcionam como escolas do crime.

Paola Cristina Prestes 9ºC



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